Conteúdo móvel e acessível: Apps proliferam na Europa

No início dessa semana, dias 15 e 16 de fevereiro, grande parte da atenção dos investidores do setor de comunicação estava voltada para o Mobile World Congress (MWC). O evento foi palco, entre outras coisas, do lançamento de aplicativos e modelos de celulares com características comuns: permitir acesso a conteúdos de jornais e revistas em suas telas de tamanho grande.

Os celulares apresentados favorecem atividades como o compartilhamento de fotos, acesso a games e vídeos. Mas não é só isso. O tamanho e a resolução das telas também fazem com que sejam de fácil manuseio para os usuários, especialmente os que desejam ler conteúdos de jornais e revistas.

Quem já percebeu esta tendência e iniciou investimentos foram jornais como o Le Monde, Le Figaro e L’Express (todos da França). Os dois primeiros já prometeram implementar, ainda este ano, a cobrança de tarifas para conteúdos Premium. Já o último, aparentemente, aguarda o melhor momento para aderir ao modelo de distribuição de informações, mas mostrou interesse em começar em 2010.

Essa onda de conteúdos disponíveis para usuários de celulares teve início com o extraordinário sucesso alcançado pelo Guardian – que contabilizou cerca de 70 mil downloads de seu iPhone app em um único mês.

Além disso, os jornais têm ainda mais razões para seguir a mesma rota: A relação custo / benefício aponta positivamente para o uso de celulares – que põe fim em gastos com impressão, distribuição e transporte, por exemplo.

Esta onda de acessos via celular pode também fazer bombar o número de usuários dos sites de jornais e revistas, alguns, inclusive, já cogitam a possibilidade de oferecer um plus para os leitores cadastrados. O raciocínio é: Se o conteúdo vale a pena ser visto em uma tela pequena (celular), deve também ser valioso quando visto em detalhes, em uma tela maior (no computador). Agora, resta aos estrategistas de mídia lançar idéias para a divulgação deste novo meio.

A tendência foi ratificada em um post escrito por Tiago Dória. Ele relatou um estudo sobre a preferência dos usuários de internet por conteúdos gratuitos. Apesar disso, o mesmo levantamento deixou claro que conteúdos pagos têm seu lugar, principalmente, levando-se em consideração a oferta de produtos e serviços para nichos específicos.

Segundo Dória, a Changing Models: A Global Perspective on Paying for Content Online, uma pesquisa global da Nielsen a respeito de conteúdo pago – que contemplou dados de 27 mil pessoas em 52 países – “a maioria dos usuários (85%) prefere que o conteúdo na internet se mantenha gratuito, porém mais de 50% estaria propenso a pagar diretamente por filmes, músicas e games”. Nesse caso, o detalhe que chama atenção é que se o “conteúdo é relevante e tem valor, as pessoas têm propensão maior a pagar por ele. A grande questão é que os produtores de conteúdo têm que criar ou descobrir qual conteúdo realmente proporciona valor para os seus consumidores”.

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