A hora e a vez de mídias como os microblogs, o mobile, o vídeoshare, podcasts e afins

O Brasil, como todos sabem, passa por um momento de evolução e amadurecimento dos veículos de mídia social. O debate que irei “mediar” aqui será sobre microblogs, videoshare, podcasts e mobile como veículos de Mídias Sociais.

Como bons exemplos de ferramentas cito o Twitter e seu formato de microblog, disseminando informação de forma rápida e prática, o Videolog e YouTube como compartilhadores de vídeos, e os sistemas operacionais e navegadores como plataformas de celulares e smartphones.

Foram convidados para essa discussão o Gilberto Soares Filho (o Knuttz, do Uêba), Edson Mackeenzy (fundador doVideolog) e Gustavo Jreige (sócio da Pólvora Comunicação). Fique a vontade para discutir junto com os convidados.

Mackeenzy pergunta:

Na França, o computador é chamado de organizador e é tido como uma ferramenta que se dispõe a colaborar com essa função. Desde que o Rio de Janeiro era Capital do Brasil e os jornais eram escritos em Inglês, nós bra”Z”ileiros sempre tivemos como parâmetro iniciativas internacionais. Com base nesta linha de pensamento eu pergunto: Por que Gigantes como o Google não são consideradas concorrentes? Na opinião de vocês, é uma atitude inteligente dos portais deixar de gastar com inovação para gastar com marketing?

GIlberto Soares Filho: O Google ganhou uma dimensão tão absurdamente grande, que consegue ser aliado, e concorrente de um mesmo serviço. Mas o fato é que, salvo atividades muito específicas, ele contribui mais que concorre. Em toda a história das comunicações sempre tivemos players desproporcionais, nesta era da internet, este player é o Google. Ou seja, é inevitável.No que tange à ausência de investimento dos grandes portais em inovação, eu vejo como algo normal, eles primeiro tem que garantir seu próprio modelo de negócio. Os portais terminam sendo, no final das contas, as empresas “tradicionais” da internet, pelo menos no Brasil, os maiores players são derivados de conglomerados de ‘tijolos’ com muitos acionistas e cultura corporativa conservadora.

O que falta, até onde eu saiba, mas posso estar errado, mais que o próprio investimento, é que eles abram um pouco a cabeça e invistam no potencial de seus próprios funcionários, fazendo como o Google faz ao dar tempo dentro do expediente para o desenvolvimento de idéias próprias, ou o que o Yahoo Birckhouse faz ao prover força de trabalho e auxílio tecnológico aos projetos que ali chegam. É mais uma questão de cultura corporativa que propriamente financeiro.

Gilberto Soares Filho pergunta:

Há atualmente, uma forte tendência de uso dos mircroformatos como sites sociais, mesmo porque eles têm excelente usabilidade móvel. Mas o que eu vejo, são sites sustentados por capital de risco, o Twitter por exemplo, ainda não encontrou a maneira de fazer dinheiro, e o capital de risco não vai durar para sempre. Qual o caminho ou direção estes sites deveriam seguir em busca de um modelo sustentável? Como tornar rentáveis estas excelentes ferramentas?”

Mackeenzy: Noooooossssaaaa, que excelente pergunta Gilberto, ela vale US$ 1 milhão. Ter uma empresa não é facil, transformá-la em um negócio rentável é coisa de herói, por isso sempre venero empreendedores. Infelizmente o que se tem visto muito por ai são pessoas criativas conseguindo dinheiro fácil e criando coisas sem se preocupar em como pagar o dinheiro gasto. Nós do Videolog nunca tivemos capital externo, viabilizamos o Negócio de vídeos na Internet com venda de mídia e serviços ligados a vídeo na Internet. Nós já tivemos algumas boas propostas  de investimento, mas ainda não foi necessário aceitar, mas receber capital externo não está descartado de nosso plano. Conseguimos atingir a marca de 12 milhões de vídeos assistidos e estamos crescendo 10% ao mês, oferecendo ferramentas de qualidade. Não vou dizer quanto faturamos, mas se eu tivesse que pagar por esta pergunta, ainda sobraria no meu caixa rsrsrsr.

Gustavo Jreige questiona:

A comunicação transcende as palavras. Cada vez mais a produção de conteúdo é multimídia, colaborativa, convergente e instantânea. Como as empresas de comunicação tradicional podem atuar de forma eficiente nesse novo cenário?

Gilberto Soares Filho : Primeiro elas precisam se “desarmar”, no sentido de que não adianta elas baterem no modelo de produção de conteúdo que está se formando, em outras palavras, elas tem que aceitar que este é um modelo que surgiu em contraponto ao que já existia, e que a cada dia torna mais obsoleto o modelo tradicional.

O ritmo das mudanças é cada vez mais frenético; novas tecnologias e formas de produzir e distribui esta produção surgem, e somem, com uma imensa rapidez. Para ter eficiência neste novo modelo, as empresas precisam de material humano capaz de, não apenas entender o que já está aí, mas mais importante, ser capaz de identificar quais mudanças devem, ou não, ser absorvidas.

Mackeenzy: Mack: Gustavo,  a competição  faz parte da natureza do homem, sendo que este mesmo ser, agora está criando um novo mundo, um ambiente colaborativo onde todos estão em igualdades de condições onde o diferencial é o estilo e o conteúdo. Em minha opinião, empresas de comunicação tradicional devem entender que o mundo mudou, que o tradicional é base para o revolucionário; e tudo o que elas tem que fazer é descer de seu pedestal de “Senhor do Saber”, compartilhar tudo o que aprenderam até hoje, aceitar que existem muitos jovens que podem contribuir com conhecimento, mixturar tudo e criar seu próprio estilo.

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