Redes sociais no mundo corporativo

Nesta semana estive num encontro com uma agência de assessoria de imprensa que quer conhecer o mercado das mídias sociais. Não foi minha primeira consultoria sobre o assunto e me fez pensar no quanto as redes sociais estão em voga e nos mitos que estão sendo criados sobre este mercado, que não é tão extraordinário assim. Não sou a única, no mesmo dia, Eduardo Vasques me mandou uma direct message no twitter para contar que postara sobre o assunto em Mesmo erro:

“Tenho participado de algumas discussões sobre Relações Públicas 2.0. Mais um termo bonitinho que nada mais é do que cuidar da imagem de uma empresa ou pessoa nas mídias e redes sociais. (…)

Naturalmente as empresas do setor (as agências de comunicação, RP e assessorias de imprensa) trilharam o mesmo caminho das agências de publicidade. De um ano para cá, quase todas criaram um “núcleo web”, “núcleo digital””

Na minha visão, é um nicho e um indício de uma nova época na qual os consumidores deixarão em definitivo de ser receptores passivos dos produtos. Daí a pensar que toda empresa precisa de um blog corporativo e que toda ação  de marketing deverá contemplar veiculação planejada em mídia social, tem uma distância que não acredito que percorreremos tão rápido. Podemos até chegar lá, mas não será amanhã, como afirmam alguns.

Alguns receiam que a entrada das corporações neste espaço que antes era pessoal possa ser um tiro n’água. Tiane Loureiro escreveu ontem em Relações Públicas minimiza riscos o seguinte:

“é óbvio que qualquer conteúdo aparentemente produzido por um usuário comum é tido como mais legítimo e verdadeiro. Quanto mais despretencioso e informal, melhor. Mas o prejuízo pode ser enorme quando se descobre que por trás disso tudo existe um interesse corporativo.”

E hoje Tiane escreveu comentando o post do Eduardo em O papel das relações públicas no mundo digital:

“De fato, o “hype” é maior do que as reais oportunidades, principalmente para o mercado de RP. Discordo do Edu quando ele diz que as empresas não estão arriscando. Algumas estão, sim, mas não é aos “assessores de imprensa” que recorrem quando pensam em Web. Errar é fato, uma vez que a Internet é um organismo vivo e estamos num constante “teste beta” de tudo o que fazemos.”

Concordo plenamente com ela. Se estamos começando a caminhar na Internet e devemos dar um passo de cada vez, não é preciso deixar de dar estes passos, mas sim fazê-los com segurança.

Ricardo Cabianca motivado por uma conversa nossa no msn postou – em O que sexo e redes sociais tem a ver com seu futuro profissional? – sobre este crescimento e citava o livro “Click: What Millions of People are Doing Online and Why It Matters” (”O Que Milhões de Pessoas Estão Fazendo Online e Por Que Isso Importa”).

“dá para afirmar que o que buscamos na web reflete tanto uma tendência, quanto o comportamento da sociedade e das pessoas.

E os números apontam um crescimento de buscas por redes sociais, ou seja, as pessoas estão buscando maior interconexão entre elas, baseado no relacionamento – seja pessoal ou profissional.

(…) é certo que o mercado (e segmento) das mídias sociais tendem a crescer, gerando uma excelente demanda de profissionais capazes de gerar negócios e resultados.”

O papel do profissional de Comunicação que se aventura nas novas mídias ainda não tem regras, por isso muitas vezes pareceremos estar em “terra de ninguém” ou “terra de cego onde quem tem um olho é rei”! Mas há um movimento para organizar estas ações, como comentou Wagner Fontoura em seu post Uma introdução ao marketing boca-a-boca, que motivou uma palestra (Na PUC-SP, discutindo publicidade em mídias sociais) e está resumido no slide show abaixo.

Continuo acreditando, como alguns, que mais do que regras, o mercado vai se auto-regular.  Os consumidores do nosso produto (a informação) são críticos e a um toque deixam de assinar o feed ou de nos favoritar, reduzindo as visitas e fazendo o Ibope desabar. E os blogueiros podem fazer campanha contra, o que tem um peso imenso, bom e ruim, como todo buzz costuma ser – “falem mal, mas falem de mim”, será? Anyway, somos, como disse Mauro Brasil – em Evangelistas – Eles espalham a palavra – webenvagelistas 2.0 e nosso trabalho é
““pulverizar” conteúdo sobre um determinado evento em ambientes de colaboração online, tais como Blogs, Twitter, Yahoo! Respostas, Orkut, Instant Messengers, entre outros.”

Gostei muito da comparação que ele faz com os evangelistas pioneiros do cristianismo, porque temos que ter em mente que nossas ações serão, inevitavelmente, parte da história, a da concretização desta passagem do comando para o consumidor. E, acima de tudo, porque temos que ser éticos nas nossas ações.

“Toda palavra a ser divulgada deve conter fatos e situações verdadeiras. Esta é a condição que diferencia um trabalho sério e profissional: o cuidado com a imagem do cliente.

Na internet, divulgar conteúdo sobre marcas, pessoas ou produtos deve ser baseado em relações de segurança – e em fontes fidedignas. Caso contrário, corre-se o risco do descrédito e de que estas ações sejam consideradas uma farsa. A pulverização disso na internet seria castatrófica. Ou uma heresia com a marca do cliente.”

Agindo assim, considero que as ações corporativas na chamada web 2.0 podem ser bem sucedidas, mas- bom lembrar – precisam de especialistas nas áreas envolvidas, exigem uma equipe. E aqui entra minha confiança naquela habilidade (que admiro e invejo ao mesmo tempo) que as Relações Públicas têm de planejar suas ações no mundo corporativo. Se nós, jornalistas, fôssemos um pouco assim, muita coisa seria diferente.
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